Fernando II, Duque de Bragança
Fernando | |
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Duque de Bragança | |
Nascimento | 1430 |
Castelo de Vila Viçosa, Vila Viçosa, Portugal | |
Morte | 28 de agosto de 1484 (54 anos) |
Évora, Portugal | |
Sepultado em | Panteão dos Duques de Bragança, Igreja dos Agostinhos, Vila Viçosa |
Esposas | Leonor de Meneses (1447–1452) Isabel de Viseu (1459–1483) |
Descendência | Filipe de Bragança Margarida de Bragança Jaime I, Duque de Bragança Dinis, Conde de Lemos |
Casa | Bragança |
Pai | Fernando I, Duque de Bragança |
Mãe | Joana de Castro |
Religião | Catolicismo |
Fernando II, Duque de Bragança (Vila Viçosa, 1430 — Évora, 21 de junho de 1483), mais conhecido por O Africano, foi um nobre português, filho mais velho de Fernando I, Duque de Bragança e de Joana de Castro. Foi executado em 1483, por ordem do rei João II. Teve excelentes relações com Afonso V, foi feito fronteiro das províncias de Entre-Douro-e-Minho e de Trás-os-Montes. Recebeu o título de Conde de Guimarães que em breve se elevou a ducado. Acompanhou o rei em várias campanhas em África, ficando conhecido por O Africano, pelos seus sucessos de conquistas.
Quando em 1478 sucedeu a seu pai no Ducado de Bragança, tornou-se titular do maior domínio senhorial, não só de Portugal, como de Castela, Navarra e Aragão. Com a subida ao trono de João II em 1481, que com os seus desejos de fortalecer o poder real e as providências que tomava contra as excessivas regalias das classes privilegiadas, levaram o Duque de Bragança, alcaide de numerosas fortalezas, a protestar, declarando-a lesiva da sua dignidade e excessivamente rigorosa, sendo, nesta atitude, acompanhado dos irmãos e do Duque de Viseu.
Entre as escrituras existentes de doações e privilégios dados ao Ducado de Bragança e guardados num certo cofre em Vila Viçosa, o vedor da fazenda diz ter encontrado cartas onde o Duque de Bragança receoso da inimizade do novo Rei, tentava ganhar aliados em Castela. A partir das cópias mandadas executar por João II dessas mesmas cartas, o Duque de Bragança foi julgado em Évora, condenado à morte, sendo executado por decapitação em 28 de Agosto de 1484[1]. Manuel I viria a anular este processo mais tarde, em 1500, e a devolver as terras e os títulos ao seu filho, Jaime.
Não se pode precisar se João II tinha razão ou se tudo não passou de pura suspeita, que aproveitou para se desfazer do duque e da Casa de Bragança, pois na sentença confiscou-lhe todos os bens que passaram para a coroa. Realmente, João II parece ter-se excedido nos cenários do julgamento, mandando até decorar a sala onde se procedeu ao julgamente no paço, onde o Rei se instalara, com panos onde figuravam cenas da história de Trajano, com exemplos de "severidade e justiça" desse imperador de Roma.
O duque casara duas vezes; a primeira em 2 de maio de 1447, tendo apenas 17 anos de idade, com D. Leonor de Meneses (1430-1452), filha de Pedro de Meneses; a segunda, em 19 de setembro de 1472 com D. Isabel de Viseu (1459-1521), filha do infante D. Fernando, Duque de Viseu.
Descendência
[editar | editar código-fonte]Do primeiro matrimónio, com Leonor de Meneses, não houve filhos;
Do segundo, com Isabel de Viseu, os seguintes;
- Filipe (6 de julho de 1475 - Castela, 1483), morreu na infância, possivelmente envenenado;
- Margarida (1477 - junho de 1483), morreu na infância;
- Jaime (1479 - 1532), que foi 4.º duque de Bragança;
- Dinis (Vila Viçosa, 1481 - 9 de maio de 1516, Ourense) que foi conde de Lemos pelo seu casamento com Brites de Castro Osório, pai de Isabel de Lencastre.
Fonte
[editar | editar código-fonte]- História da Casa de Bragança, com a permissão do autor.
Precedido por Fernando I |
Duque de Bragança 1478 — 1483 |
Sucedido por Jaime I |
- ↑ Duarte, Luís Miguel (1994). «História de Portugal Medievo: política e institucional: o poder concelhio». Consultado em 14 de abril de 2024