Golpe de Estado na República do Daomé em 1972
Golpe de Estado na República do Daomé em 1972 | |||
---|---|---|---|
Data | 26 de outubro de 1972 | ||
Local | Porto-Novo, República do Daomé | ||
Desfecho | Golpe de Estado é bem-sucedido, com o mínimo de disrupção.
| ||
Beligerantes | |||
| |||
Comandantes | |||
|
Golpe de Estado na República do Daomé em 1972 foi um golpe militar orquestrado em 26 de outubro de 1972 pelo major (posteriormente general) Mathieu Kérékou, que assumiu o controle da República do Daomé [1] e pôs fim ao sistema de governo estabelecido na sequência das eleições presidenciais anuladas de 1970, no qual três membros do Conselho Presidencial (Hubert Maga, Justin Ahomadégbé-Tomêtin e Sourou-Migan Apithy) deveriam revezar no poder. Ahomadégbé-Tomêtin atuava como o presidente no momento do golpe.[2]
Golpe
[editar | editar código-fonte]O golpe foi lançado por soldados da guarnição de Ouidah [3] e ocorreu durante uma reunião do Conselho Presidencial entre Maga e Ahomadégbé-Tomêtin.[note 1][4] Segundo relatos no local, os soldados chegaram abruptamente na sala do Gabinete do Palácio Presidencial na capital Porto-Novo e começaram a atirar,[3] mas ninguém ficou ferido.[5] Kérékou liderava os soldados da primeira companhia de blindados para interromper a reunião, onde ele declarou o fim do Conselho Presidencial. [6][7] Kérékou anunciou o golpe na rádio nacional (que mais tarde tornou-se ORTB), declarando que "a chefia de três figuras [era] verdadeiramente um monstro" acometido pela "deficiência congênita... notória ineficiência e... incompetência imperdoável". [7] Analogamente ao golpe de Estado de 1963 liderado por Christophe Soglo, o golpe de 1972 foi visto favoravelmente por grande parte da população do país. [8] Kerekou nomeou-se o novo chefe de Estado, indicando oficiais militares para vários postos ministeriais.[3]
Resultado
[editar | editar código-fonte]Os membros do Conselho Presidencial e outras figuras políticas proeminentes foram detidos e aprisionados ou colocados em prisão domiciliar até 1981. [9] Após serem libertados da prisão domiciliar em 1981, Maga, Ahomadégbé-Tomêtin e Apithy mudaram-se para Paris. [10]
Mudanças ideológicas
[editar | editar código-fonte]Kérékou proclamou a adesão formal de seu governo ao marxismo-leninismo em 30 de novembro de 1974, em um discurso perante uma assembleia de notáveis atônitos na cidade de Abomey.[11] Ele logo alinhou Daomé com a União Soviética e o Bloco Oriental.[12] Finalmente, Kérékou declarou o fim da República do Daomé e a criação da República Popular do Benin em 30 de novembro de 1975, em homenagem ao Reino do Benin que florescera na parte centro-sul da vizinha Nigéria.[13] O Partido da Revolução Popular do Benin (PRPB), concebido como um partido de vanguarda, foi criado no mesmo dia como único partido legal do país.
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Apithy estava em Paris em uma viagem política.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ "Après 29 ans de pouvoir, le Président Kérékou tire sa révérence", IRIN, 6 April 2006 (em francês).
- ↑ Samuel Decalo, "Benin: First of the New Democracies", in Political Reform in Francophone Africa (1997), ed. Clark and Gardinier. ISBN 978-0813327860.
- ↑ a b c Johnson, Thomas A. (28 de outubro de 1972), «Eleven-Officer Rule in Dahomey Is Set Up Following Army Coup» (PDF), The New York Times Company, The New York Times: 3.
- ↑ «Army Takes Power in Dahomey Coup», The Washington Post Company, The Washington Post: A22, 27 de outubro de 1972.
- ↑ Decalo 1973, p. 476.
- ↑ Ronen 1975, p. 217.
- ↑ a b Decalo 1973, p. 476.
- ↑ Houngnikpo 2001, pp. 181-182.
- ↑ Lea 2001.
- ↑ Le Vine 1997, p. 190.
- ↑ Philippe David, The Benin, Karthala, 1998, page 60
- ↑ Auzias Dominique, Jean-Paul Labourdette, Sandra Fontaine,Benin Smart Little Country Guide, page 34
- ↑ Dickovick, J. Tyler (2014). Africa. [S.l.]: Stryker-Post. p. 70. ISBN 9781475812374
Bibliography
[editar | editar código-fonte]- Decalo, Samuel (Abril de 1973), «Regionalism, Politics, and the Military in Dahomey», College of Business, Tennessee State University, The Journal of Developing Areas, 7 (3), JSTOR 4190033.
- Ronen, Dov (1975). Dahomey: Between Tradition and Modernity. Ithaca: Cornell University Press
- Houngnikpo, Mathurin C. (2001). Determinants of democratization in Africa: a comparative study of Benin and Togo. [S.l.]: University Press of America
- Lea, Chris (2001). Political Chronology of Africa. [S.l.]: Routledge. 40 páginas. ISBN 978-1-135-35666-8
- Le Vine, Victor T. (1997). «The Fall and Rise of Constitutionalism in West Africa». Journal of Modern African Studies. 35 (2): 181–206. doi:10.1017/s0022278x97002395
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «1972 Dahomeyan coup d'état».