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Hemorragia pós-parto

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Hemorragia pós-parto
Hemorragia pós-parto
Traje antichoque não pneumático
Especialidade Obstetrícia
Sintomas Perda de sangue significativa após o parto, pulsação cardíaca elevada, sensação de desmaio ao levantar, frequência respiratória elevada[1][2]
Causas Perda da capacidade de contração do útero, retenção placentária, rotura do útero, problemas de coagulação[2]
Fatores de risco Anemia, etnia asiática, parto múltiplo, obesidade, idade superior a 40 anos[2]
Prevenção Ocitocina, misoprostol[2]
Tratamento Soro, traje antichoque não pneumático, transfusão de sangue, ergotamina, ácido tranexâmico[2][3]
Prognóstico Risco de morte: 3% (países em desenvolvimento)[2]
Frequência 8,7 milhões (global)[4] / 1,2% dos partos (países desenvolvidos)[2]
Mortes 83 100 (2015)[5]
Classificação e recursos externos
CID-11 e 820245648 1811689101 e 820245648
eMedicine 275038
MeSH D006473
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Hemorragia pós-parto (HPP) é geralmente definida como a perda de mais de 500 ml ou 1000 ml de sangue nas primeiras 24 horas a seguir ao parto.[2] Por vezes, inclui-se também a condição de haver sinais ou sintomas de pressão arterial baixa.[6] Os sinais e sintomas iniciais incluem o aumento da frequência cardíaca, sensação de desmaio quando em pé e aumento da respiração.[1] À medida que a mulher vai perdendo mais sangue, começa a sentir frio, a pressão arterial baixa e pode ficar inquieta ou inconsciente.[1] Esta condição pode ocorrer até seis semanas após o parto.[6]

A causa mais comum é a contração insuficiente do útero após o parto. Entre outras causas possíveis estão a retenção da placenta, rompimento do útero ou coagulação sanguínea insuficiente. É mais frequente em mulheres que já tenham tido anemia, em pessoas asiáticas, que já tenham tido mais de um bebé, que sejam obesas ou que tenham mais de 40 anos de idade. Também é mais comum no caso de cesarianas, em mulheres com parto induzido e em mulheres a quem foi realizada uma episiotomia.[2]

A prevenção implica diminuir os fatores de risco conhecidos incluindo, quando possível, procedimentos adequados à condição e administrando ocitocina durante o nascimento para estimular o útero a contrair-se imediatamente após a expulsão do bebé. Quando os recursos do local são escassos, é possível usar misoprostol em vez de ocitocina. Os tratamentos incluem a administração intravenosa de líquidos, transfusões de sangue e ergotamina para promover a contração do útero. Se estes tratamentos não resultarem, a compressão manual do útero pode ser eficaz. A aorta podem também ser comprimida ao pressionar o abdómen.[2] A Organização Mundial de Saúde recomenda o uso de traje antichoque não pneumático até que possam ser administradas outras medidas, como cirurgia.[2] A administração de ácido tranexâmico tem demonstrado diminuir o risco de morte,[3] e tem sido recomendada nas três horas posteriors ao parto.[7]

Nos países em vias de desenvolvimento, cerca de 1,2% dos partos estão associados com hemorragias pós-parto. Nos casos em que se verificaram HPP, cerca de 3% dos casos resultaram em morte materna.[2] Em todo o mundo, as HPP são a causa de 44000 a 86000 mortes anuais, o que as torna na principal causa de morte durante a gravidez.[2][8] Em termos comparativos, enquanto na África subsariana morrem de HPP 150 mulheres em cada 100 000, no Reino Unido morrem 0,4 por cada 100 000.[2]

Referências

  1. a b c Lynch, Christopher B- (2006). A textbook of postpartum hemorrhage : a comprehensive guide to evaluation, management and surgical intervention. Duncow: Sapiens Publishing. pp. 14–15. ISBN 9780955228230 
  2. a b c d e f g h i j k l m n Weeks, A (janeiro de 2015). «The prevention and treatment of postpartum haemorrhage: what do we know, and where do we go to next?». BJOG : an international journal of obstetrics and gynaecology. 122 (2): 202–10. PMID 25289730. doi:10.1111/1471-0528.13098 
  3. a b Shakur, Haleema; Roberts, Ian; Fawole, Bukola (abril de 2017). «Effect of early tranexamic acid administration on mortality, hysterectomy, and other morbidities in women with post-partum haemorrhage (WOMAN): an international, randomised, double-blind, placebo-controlled trial». The Lancet. 389 (10084): 2105–2116. PMC 5446563Acessível livremente. PMID 28456509. doi:10.1016/S0140-6736(17)30638-4 
  4. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  5. GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903Acessível livremente. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  6. a b Gibbs, Ronald S (2008). Danforth's obstetrics and gynecology 10 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. p. 453. ISBN 9780781769372 
  7. World Health Organization (outubro de 2017). «Updated WHO Recommendation on Tranexamic Acid for the Treatment of Postpartum Haemorrhage» (PDF). World Health Organization. Consultado em 11 de abril de 2020 
  8. GBD 2013 Mortality and Causes of Death, Collaborators (17 de dezembro de 2014). «Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 385 (9963): 117–71. PMC 4340604Acessível livremente. PMID 25530442. doi:10.1016/S0140-6736(14)61682-2 

Ligações externas

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