Isa Soares
Isa Soares | |
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Nascimento | María Isabel Soares Sousa 4 de maio de 1953 Maragogipe |
Cidadania | Brasil, Argentina |
Alma mater | |
Ocupação | bailarina, académica, ativista |
Empregador(a) | Universidade Nacional de Las Artes |
Maria Isabel Soares Sousa, conhecida como Isa Soares (Maragogipe, 4 de maio de 1953) é uma dançarina e ativista argentina, nascida no Brasil, ligada à criação de uma consciência das tradições africanas da Argentina, e ao combate ao racismo contra os povos afro-argentinos. Foi uma das pioneiras no desenvolvimento interpretação da dança africana, e da sua instrução na Argentina.
Início de vida
[editar | editar código-fonte]Maria Isabel Soares de Sousa nasceu em 1953, em Maragogipe, do estado brasileiro da Bahia, filha de pais afro-brasileiros, Iraildes de Sousa Gomes e Fernando Bispo Soares. Seu pai era licenciado em Bioquímica e Música, e sua mãe era modista e tabaqueira. Após completar a educação primária e secundária, Isa frequentou o Instituto Federal da Bahia, em Salvador, habilitando-se para ensinar em 1972. Mudou-se para São Paulo e teve um filho, enquanto continuava sua educação na Universidade de São Paulo. Os seus estudos se focaram no contexto sócio-cultural e histórico do desenvolvimento da dança, e no impacto do comércio de escravos sobre práticas culturais.[1]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Enquanto continuava seus estudos, Isa trabalhou como professora de escola primária.[2] Teve aulas de dança com Wilson Silva, que lhe ensinou as técnicas básicas da dança africana, e como estas se espalharam para as Américas por meio do candombe no Uruguai, do samba no Brasil, e do sapateado nos Estados Unidos. Isa casou-se em 1982, e como era esperado das mulheres da sua geração, seguiu seu marido para a Argentina, desistindo da sua carreira em 1983.[1][2] O casal estabeleceu-se em Bahía Blanca, e Isa voltou aos seus estudos aos seus estudos por intermédio do Consejo Nacional de Educación Técnica, conseguindo a sua certificação como técnica de instrução. Sendo poucas as perspectivas de uma artista negra ganhar a vida em Bahía Blanca, mudou-se em 1985 para Buenos Aires. Entre 1985 e 1987, Isa estudou e trabalhou como professora de dança com uma bolsa de estudos na escola de dança de Aida Prestifilippo, primeira bailarina do Teatro Colón. Além de providenciar a bolsa, Prestifilippo ajudou a introduzir Isa no circuito de dança de Buenos Aires, permitindo-lhe dançar em vários estabelecimentos locais.[1]
A Argentina vivia então uma era de expansão cultural, após a supressão da expressão individual durante todo o período do Processo de Reorganização Nacional entre 1973 e 1983.[3] Após o fim da ditadura, Isa deu aulas de dança africana em um pequeno salão na Rua Corrientes, em Buenos Aires, organizando também performances e eventos com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura negra na Argentina.[1][3] A partir de 1987 trabalhou como professora de dança de um curso deDança de Orixás para o Centro Cultural Rector Ricardo Rojas, organização afiliada com a Universidade de Buenos Aires.[3] Entre 1990 e 2006 Isa foi a coordenadora de dança africana no Centro,[2] começando a viajar para lugares como Rosário, na província de Santa Fé para ensinar, e retornando ao Brasil para treinar estudantes na Bahia.[3][4] Isa também organizou anualmente cursos de verão de danças de raiz africana através do Instituto Municipal de Educação para a Arte, no município de Avellaneda.[1][5] Formando uma associação com ativistas, artistas e intelectuais, Isa trabalhou ativamente para combater a discriminação racial e trazer de volta a consciência das raízes da cultura negra na Argentina.[1][4]
No final de 2006 Isa deixou o Centro, apesar de continuar dando aulas privadas de dança, dando um seminário que consolidava os estilos de dança afro-brasileiro e afro-cubano.[2] Em 2007 começou a ministrar cursos no Instituto Universitario Nacional del Arte[6], assim como a dirigirum projeto independente, conhecido como Projeto Alábase, com foco no estudo e no desempenho da metodologia da dança iorubá baseada na tradição do xiré.[1] É considerada uma das dançarinas pioneiras que trouxeram a expressão cultural africana de volta à Argentina após o fim da ditadura.[1][7]
Referências
- ↑ a b c d e f g h Fernández Bravo 2016.
- ↑ a b c d Más 2016.
- ↑ a b c d Florencia 2013, p. 3.
- ↑ a b Montenegro 2017.
- ↑ Ministry of Education 2006.
- ↑ Infante 2010, p. 86.
- ↑ Plaza 2006.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Fernández Bravo, Nicolás (2016). «Soares, Isa (1953– ), Afro-Brazilian dancer, dance instructor, and activist». In: Knight, Franklin W.; Gates, Jr, Henry Louis. Dictionary of Caribbean and Afro–Latin American Biography. Oxford, England: Oxford University Press. ISBN 978-0-199-93580-2Predefinição:Subscription needed
- Florencia, Piña (2013). Expresiones artísticas afro y redefiniciones de la memoria social en la Ciudad de Buenos Aires: La danza de Orixás [Afro-artistic expressions and redefinitions of the social memory of the City of Buenos Aires: The Dance of Orixás] (PDF). VII Jornadas Santiago Wallace de Investigación en Antropología Social (em espanhol). Buenos Aires, Argentina: Instituto de Ciencias Antropológicas, Universidad de Buenos Aires. Consultado em 6 de março de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 6 de março de 2018
- Infante, Javier Alejandro (2010). El Juego como uno de los métodos de la transmisión oral en el aprendizaje de las culturas negro africanas [Play as one of the methods of oral transmission in the study of black African cultures] (Licenciatura en Artes Visuales) (em espanhol). Buenos Aires, Argentina: Instituto Universitario Nacional del Arte. Consultado em 6 de março de 2018
- Más, Toni (setembro de 2016). «Isa: Un Mundo en 16 Instancias» [Isa: One World 16 Moments]. Buenos Aires, Argentina: Editorial Balletin Dance. Balletin Dance (em espanhol). 23 (257). ISSN 1850-6275. Consultado em 6 de março de 2018. Cópia arquivada em 6 de março de 2018
- Montenegro, Alfredo (30 de maio de 2017). «Las raíces negadas (parte IV): La resistencia en danza» [Roots denied (part IV): The resistance in dance] (em espanhol). Rosario, Argentina: Redacción Rosario. Consultado em 6 de março de 2018. Cópia arquivada em 29 de agosto de 2017
- Plaza, Gabriel (1 de dezembro de 2006). «El retumbar de la cultura afro» [The rumble of African culture] (em espanhol). Buenos Aires, Argentina: La Nación. Consultado em 6 de março de 2018. Cópia arquivada em 6 de março de 2018
- «4° Escuela de Verano de Arte y Educación» [4th Summer School of Art and Education]. Education Argentina (em Spanish). Buenos Aires, Argentina: Ministry of Education. 21 de fevereiro de 2006. Consultado em 6 de março de 2018. Cópia arquivada em 5 de junho de 2009