J. J. Seabra
José Joaquim Seabra J.J. Seabra | |
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JJ Seabra em 1910 | |
15.° e 17.° Governador da Bahia | |
Período |
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Dados pessoais | |
Nascimento | 21 de agosto de 1855 Salvador, Província da Bahia |
Morte | 5 de dezembro de 1942 (87 anos) Rio de Janeiro, Distrito Federal |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Leopoldina Alves Seabra Pai: José Joaquim Seabra |
Alma mater | Faculdade de Direito do Recife |
Cônjuge | Amélia de Freitas Seabra |
Ocupação | jurista e político |
José Joaquim Seabra, conhecido como J. J. Seabra (Salvador, 21 de agosto de 1855 — Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1942), foi um político e jurista brasileiro. Foi um dos poucos parlamentares a participar do processo de promulgação das duas primeiras constituições republicanas (1891 e 1934). Foi Professor e Diretor da Faculdade de Direito do Recife.
Governou a Bahia em duas ocasiões, de 1912 a 1916 e de 1920 a 1924. No intervalo entre seus mandatos (1916-1920), foi governador seu aliado político Antonio Moniz, razão pela qual o "seabrismo" na Bahia se estendeu por 12 anos. Sua posse no governo foi marcada pelo Bombardeio de Salvador em 1912, quando, para evitar a manobra da transferência da capital da Bahia para Jequié que visava a postergar eleições, ordenou o bombardeio do palácio do governo.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Formado em direito na Faculdade de Direito de Recife em 1877, foi, logo após diplomar-se e mediante concurso, professor catedrático e Diretor (1891) nesta mesma instituição[1], tendo para tal abandonado o cargo de promotor de justiça que vinha exercendo havia pouco tempo.
Ingressando na política, em seu estado natal, Seabra tenta se eleger para a Câmara Baixa nas últimas eleições do Império, em 1889. No ano seguinte, elege-se deputado para a Constituinte Republicana, e logo após, para a Nova Câmara dos Deputados. No governo Floriano Peixoto fez violenta oposição, chegando a ser exilado na Amazônia (Cucuí), depois Montevidéu, retornando com a anistia de 1895. Foi seu advogado nessa ocasião Rui Barbosa, que mais tarde se tornaria seu grande rival na política baiana e brasileira. Foi deputado federal em outras três ocasiões, chegando à liderança do governo durante o mandato de Campos Sales, sendo o último mandato como deputado federal de 1916 a 1920, quando volta ao governo baiano pela segunda e última vez.
No governo de Rodrigues Alves ocupou o Ministério da Justiça e Negócios Interiores (1902 - 1906) e, interinamente, o Ministério das Relações Exteriores, de 15 de novembro a 3 de dezembro de 1902. Foi também ministro da Viação e Obras Públicas (1910 - 1912) na presidência de Hermes da Fonseca, e senador. Foi ainda como Ministro que concorreu à candidatura ao governo da Bahia, quando aproveitou a maré intervencionista do governo Hermes da Fonseca para, através do bombardeio de Salvador em 1912, impor a vitória aos seus adversários. Em 1922, foi candidato a vice-presidente na chapa dissidente "Reação Republicana", encabeçada por Nilo Peçanha, e apoiado pelas oligarquias situacionistas da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul, derrotada pelo candidato oficial Artur Bernardes. Este, ao final do seu mandato como governador, impôs um exílio pela Europa que terminou no seu regresso em 1926, com a eleição de Washington Luís.
Diferente de outros tantos políticos da República Velha, Seabra não encerrou sua participação na vida pública com a Revolução de 1930, pois ainda que velho, rearticulou-se com antigos adversários na política baiana, tais como os irmãos Mangabeira (Otávio e João), Simões Filho, Pedro Lago, Miguel Calmon e outros para formar o Autonomismo, movimento em defesa da autonomia do estado frente ao intervencionismo varguista e a Juracy Magalhães, jovem tenente combatente da Revolução de 1930 e nomeado em 1931 interventor federal na Bahia. Seabra chegou a apoiar a revolução de 1930, na esperança de reverter o ostracismo que sua derrota em 1924 lhe impôs na política do seu estado natal, mas acabou se afastando posteriormente do movimento, por não se sentir prestigiado. Seabra foi um dos dois únicos políticos a figurar nas duas primeiras constituintes da República.
É lembrado pelo bombardeio, pela ampla obra de reurbanização empreendida na capital baiana, pela oratória, gestos largos e suas controvérsias políticas.
Impacto urbanístico
[editar | editar código-fonte]Com o bombardeio, destruiu-se o Palácio do Governo, então com mais de trezentos anos de existência. Isto causou um incêndio no prédio, que reduziu a pó a Biblioteca Pública da Bahia, então centenária. Mais tiros atingiram ainda o Teatro São João e sobrados da Rua Chile. [2]
A reforma urbanística por ele empreendida foi marcada pela abertura da Avenida Sete de Setembro, e pelas expropriações e demolições de patrimônio histórico. Foram demolidas a Igreja de São Pedro, cuja construção era do século XVIII [3], e a Igreja da Nossa Senhora da Ajuda, uma das três mais antigas da cidade. [4]
Homenagem
[editar | editar código-fonte]- O município baiano de Seabra foi nomeado em sua memória.
- A Avenida J J Seabra, em Salvador, em Feira de Santana/BA, em Santa Luz/BA e em São Paulo, foram nomeadas na mesma intenção.
- Uma praça na cidade de Itaberaba/BA leva o seu nome.
- Uma praça na cidade de Alagoinhas/BA e também em Jaguaquara/BA leva seu nome.
- Uma praça na cidade de Caculé/BA também leva seu nome.
- Há uma rua J.J. Seabra na cidade de Acajutiba/Ba.
- Há uma rua J.J. Seabra na cidade de Planalto/Ba.
- Há uma rua J.J. Seabra no bairro do Jardim Botânico na cidade do Rio de Janeiro em sua homenagem.
Referências
- ↑ «Acervo - UFPE». www.ufpe.br. Consultado em 20 de setembro de 2021
- ↑ DIAS TAVARES, Luís Henrique. A História da Bahia, Edufba/UNESP, 10ª ed, p. 325
- ↑ http://www.bahia-turismo.com/salvador/igrejas/sao-pedro.htm
- ↑ DIAS TAVARES, Luís Henrique. A História da Bahia, Edufba/UNESP, 10ª ed, p. 333
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]Ver também
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Precedido por Sabino Barroso |
Ministro da Justiça e Negócios Interiores do Brasil 1902 — 1906 |
Sucedido por Félix Gaspar de Barros e Almeida |
Precedido por Olinto de Magalhães |
Ministro das Relações Exteriores do Brasil 1902 |
Sucedido por José Maria da Silva Paranhos |
Precedido por Francisco Sá |
Ministro dos Transportes do Brasil 1910 — 1912 |
Sucedido por Pedro Manuel de Toledo |
Precedido por Bráulio Xavier |
Governadores da Bahia 1912 — 1916 |
Sucedido por Antônio Muniz Sodré de Aragão |
Precedido por Antônio Muniz Sodré de Aragão |
Governadores da Bahia 1920 — 1924 |
Sucedido por Góis Calmon |
- Nascidos em 1855
- Mortos em 1942
- Ministros do Governo Rodrigues Alves
- Ministros do Governo Hermes da Fonseca
- Ministros das Relações Exteriores do Brasil
- Ministros dos Transportes do Brasil
- Ministros da Justiça do Brasil
- Governadores da Bahia
- Senadores do Brasil pela Bahia
- Deputados federais do Brasil pela Bahia
- Naturais de Salvador
- Ministros da Agricultura do Brasil
- Alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco
- Professores da Faculdade de Direito do Recife
- Deputados federais da Assembleia Nacional Constituinte de 1934
- Deputados federais da Assembleia Nacional Constituinte de 1891
- Políticos da Bahia do século XIX
- Políticos da Bahia do século XX