Lech Wałęsa
Lech Wałęsa | |
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Presidente da Polônia | |
Período | 22 de dezembro de 1990 a 22 de dezembro de 1995 |
Antecessor(a) | Wojciech Jaruzelski |
Sucessor(a) | Aleksander Kwaśniewski |
Dados pessoais | |
Nascimento | 29 de setembro de 1943 (81 anos) Popowo, Polónia. |
Prêmio(s) | Nobel da Paz (1983) |
Primeira-dama | Danuta Wałęsa |
Partido | Solidarność |
Profissão | |
Assinatura |
Lech Wałęsa GColIH • GColL (Popowo, 29 de setembro de 1943)[1] é um político polaco/polonês e ativista dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do sindicato Solidarność (Solidariedade) e presidente da Polônia, entre 1990 e 1995,[1] sendo o primeiro após a derrocada do comunismo. Foi agraciado com o Nobel da Paz de 1983.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Em 1967, começou a trabalhar como eletricista no estaleiro naval de Gdansk,[2] onde assistiu à repressão de manifestações operárias pela força das armas. Estes acontecimentos trágicos levaram-no a lutar pela constituição de sindicatos livres no país.
Wałęsa torna-se fundador e líder do Solidariedade, a organização sindical independente do Partido Comunista que obteve importantes concessões políticas e económicas do Governo polonês em 1980-1981, sendo nessa altura ilegalizado e passando à clandestinidade.
Em 1980, Wałęsa liderou o movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk, onde cerca de 17 000 trabalhadores protestavam contra a carestia de vida e as difíceis condições de trabalho. A greve alargou-se rapidamente a outras empresas.[3][4]
Com dificuldade, as reivindicações dos trabalhadores acabaram por ser concedidas.[5] As reivindicações sociais dos trabalhadores tomaram consequências claramente políticas quando foi assinado um acordo que lhes garantia o direito de se organizarem livremente, bem como a garantia da liberdade política, de expressão e de religião.
O fato de ter liderado as paralisações dos grevistas e de ser católico deu a Wałęsa uma grande base de apoio popular, mas os seus ganhos tiveram um carácter efémero ante a resistência do regime comunista. Em 13 de dezembro de 1981, o governo impôs a lei marcial,[1] e a maioria dos líderes foram presos, incluindo Wałęsa, até 14 de novembro de 1982.[6] Em 8 de outubro de 1982 o Solidariedade foi considerado ilegal.[7]
O país passou a ser governado pelo general Wojciech Jaruzelski. A agitação operária continuou, embora de forma mais contida. Wałęsa só seria libertado em 1982. Um ano depois era-lhe atribuído o Nobel da Paz.[1] Wałęsa foi incapaz de aceitá-lo pessoalmente, temendo que o governo polonês o impedisse de voltar ao país. Então, sua esposa Danuta aceitou o prêmio em seu lugar.[1]
O Solidariedade saiu da clandestinidade após negociações com o governo em 1988-1989, assim como outras organizações sindicais. Com o desmoronamento do Bloco de Leste e a liberalização democrática do regime, ficou consagrada a realização de eleições livres.
Em 9 de dezembro de 1990, Wałęsa foi eleito presidente, tendo tomado posse em 22 de dezembro de 1990.[8] Em 1995, realizaram-se novas eleições presidenciais, mas Wałęsa foi derrotado por uma diferença de 3 pontos percentuais no segundo turno. Nas eleições presidenciais de 2000, não conseguiu para além de 1% dos votos, devido a uma crescente insatisfação da opinião polaca em relação às suas posições.[9]
A 11 de maio de 1993, recebeu o Grande-Colar da Ordem da Liberdade e a 18 de outubro de 1994, recebeu o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[10]
Em 1992, o nome Walesa apareceu em uma lista de colaboradores comunistas do Ministério de Assuntos Internos. Em 2016 o Instituto da Memória Nacional[11] em Varsóvia, com base em documentos tirados da casa do general Kiszczak, entendeu que Lech Walesa na década de 1970 ajudou a ditadura comunista como agente Bolek.[12]
Em 2006, Wałęsa saiu do Solidariedade, manifestando diferenças com o partido Lei e Justiça, e a ascensão ao poder de Lech e Jarosław Kaczyński.[13] Em 2015, o governo do país violou uma série de normas constitucionais, levando a manifestações, das quais foram apoiadas por Walesa.[14]
Referências
- ↑ a b c d e «CNN Cold War – Profile: Lech Walesa» (em inglês). CNN. Consultado em 23 de maio de 2012
- ↑ Walesa, Lech (1991). The Struggle and the Triumph: An Autobiography (em polaco). [S.l.]: Arcade Publishing. p. 95. ISBN 1-55970-221-4
- ↑ «Polônia preocupa os EUA:Grevistas não recuam nas reivindicações». Tribuna da Imprensa, ano XXX, edição 9452, página 8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 24 de agosto de 1980. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «Lech Walesa: o polonês que desafiou Moscou». Manchete, ano 29, edição 1482, páginas 14-15/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 13 de setembro de 1980. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ William Waack (19 de agosto de 1980). «Gierek promete concessões econômicas mas nenhuma política». Jornal do Brasil, ano XC, edição 133, página 14/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 8 de outubro de 2023
- ↑ «ON THE FOUNDER» (em inglês). Lech Walesa Institute. Consultado em 24 de maio de 2012
- ↑ Perdue, William D. (1995). Paradox of Change: The Rise and Fall of Solidarity in the New Poland (em inglês). [S.l.]: Praeger/Greenwood. p. 9. ISBN 1-55970-221-4
- ↑ «Gdański talar z Prezydentem Lechem Wałęsą». Lech Walesa Institute. 4 de junho de 2009. Consultado em 24 de maio de 2012. Arquivado do original em 14 de junho de 2009
- ↑ Kosc, Wojtek (16 de outubro de 2000). «Here He Comes Again: The Predicted Re-election of Kwaśniewski» (em inglês). Central Europe Review. Consultado em 24 de maio de 2012
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Lech Wałęsa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de abril de 2016
- ↑ «Lech Wałęsa 'was paid Communist informant'». BBC World Service. Consultado em 18 de fevereiro de 2016
- ↑ http://www.bbc.com/news/world-europe-35602437
- ↑ «Walesa leaves Solidarity movement». BBC. 22 de agosto de 2006. Consultado em 24 de maio de 2012
- ↑ Thousands attend Polish 'pro-democracy' demonstrations
Precedido por Alva Reimer Myrdal e Alfonso García Robles |
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