Nicéforo Briênio (etnarca)
Nicéforo Briênio | |
---|---|
Nascimento | Adrianópolis |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | Oficial |
Título | |
Religião | Cristianismo |
Nicéforo Briênio (português brasileiro) ou Nicéforo Briénio (português europeu) (em grego: Νικηφόρος Βρυέννιος; romaniz.: Nikephoros Bryennios; em latim: Nicephorus Bryennius) foi um importante general bizantino que se envolveu nas revoltas contra a imperatriz Teodora (r. 1042; 1055-1056) e, posteriormente, contra o imperador Miguel VI, o Estratiótico (r. 1056–1057).
Carreira
[editar | editar código-fonte]Nicéforo é oriundo de Adrianópolis e já em meados do século XI tinha ascendido à posição de etnarca, responsável por comandar os mercenários estrangeiros no Tema da Macedônia.[1] Aparece pela primeira vez em 1050, quando derrotou decisivamente os pechenegues, que vinham atacando as províncias bizantinas nos Bálcãs por muitos anos. Esta vitória encerrou estes raides por algum tempo.[2] No início de 1055, quando o imperador Constantino IX Monômaco (r. 1042–1055) estava no leito de morte, foi convencido por seus conselheiros, principalmente o logóteta do dromo João, a passar o trono para o duque da Bulgária, Nicéforo Protevo. Porém, o plano deles foi antecipado pela já idosa cunhada de Constantino IX, Teodora, a última descendente da dinastia macedônica, que foi retirada de sua aposentaria num convento e proclamada "imperador" pela guarda imperial pouco antes da morte de Constantino.[3][4] Uma purga dos oficiais mais graduados e da liderança das unidades militares na Europa se seguiu. Briênio, que aparentemente era o candidato preferido pelos tagmata ocidentais, também foi dispensado e exilado.[1][5]
Voltando à corte após a morte de Teodora, se envolveu na agitação da aristocracia militar por causa das ações de Miguel VI, o Estratiótico. O imperador, mesmo tendo devolvido seu posto, se recusou a devolver as posses e a fortuna de Briênio que haviam sido confiscadas por Teodora.[6] Com ordens em 1057 para marchar à frente de 3 000 soldados até a Capadócia para reforçar o exército local, Nicéforo deixou a capital furioso e começou a conspirar contra Miguel. Contudo, ao chegar lá, espancou um representante do imperador que contradisse uma ordem sua e o atirou na prisão, algo que seus oficiais perceberam como um sinal de que ele estava prestes a se revoltar.[7] Eles então libertaram o representante, prenderam e cegaram Nicéforo, e o enviaram de volta para Constantinopla. Sua captura precipitou então uma revolta que levaria Isaac I Comneno ao trono após a Batalha de Petroe.[1][5]
Família
[editar | editar código-fonte]Nicéforo Briênio teve uma esposa chamada Ana, que era uma curopalatissa,[1] e o casal teve dois filhos:
- Nicéforo Briênio, o Velho, um general que se revoltou contra Miguel VII Ducas em 1077 e continuou em revolta contra Nicéforo III Botaniates. Foi derrotado por Aleixo I Comneno na Batalha de Calávrita e foi também cegado. Ele, por sua vez, era o pai ou o avô do historiador e césar Nicéforo Briênio, o Jovem.[8]
- João, que apoiou o golpe de seu irmão e foi nomeado por ele doméstico das escolas. Após o fracasso da revolta, João foi capturado pela Guarda Varegue e assassinado.[1]
Referências
- ↑ a b c d e Kazhdan 1991, p. 329.
- ↑ Treadgold 1997, p. 594–595.
- ↑ Garland 1999, p. 165–166.
- ↑ Treadgold 1997, p. 596–597.
- ↑ a b Treadgold 1997, p. 597.
- ↑ Finlay 1853, p. 533.
- ↑ Finlay 1853, p. 534.
- ↑ Kazhdan 1991, p. 329–331.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Finlay, George (1853). History of the Byzantine Empire from 716–1057 (em inglês). Edimburgo: William Blackwood & Sons
- Garland, Lynda (1999). Byzantine Empresses: Women and Power in Byzantium, AD 527–1204. Nova Iorque e Londres: Routledge. ISBN 978-0-415-14688-3
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Treadgold, Warren (1997). A History of the Byzantine state and society (em inglês). Polo Alto, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0804726302