O Bidú: Silêncio no Brooklin
O Bidú - Silêncio no Brooklin | |||||||
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Álbum de estúdio de Jorge Ben Jor | |||||||
Lançamento | 1967 | ||||||
Gravação | 1967 | ||||||
Gênero(s) | Sambalanço Iê-Iê-Iê | ||||||
Duração | 31:13 | ||||||
Idioma(s) | Português | ||||||
Formato(s) | LP | ||||||
Gravadora(s) | Rozenblit[1] | ||||||
Produção | Roberto Corte Real[2] | ||||||
Arranjos | Jorge Ben Jor[2] | ||||||
Cronologia de Cronologia de estúdio por Jorge Ben Jor | |||||||
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O Bidú - Silêncio no Brooklin[nota 1] é o quinto álbum do cantor brasileiro Jorge Ben acompanhado pela banda The Fevers.[1] Foi lançado em LP em 1967[3].
Produção
[editar | editar código-fonte]Em 1967 Jorge Ben encontrava-se em São Paulo, morando com o cantor Erasmo Carlos em seu sobrado na Rua Kansas 239, no bairro do Brooklin.[4] Nessa época deixou a gravadora Philips Records e resolveu iniciar a gravação de seu novo álbum, sob contrato da pequena gravadora Artistas Unidos (selo da Fábrica de Discos Rozenblit). Os ensaios na casa do Brooklin iam até tarde da noite e passaram a incomodar os vizinhos. Um deles gritou em diversas ocasiões "Silêncio no Brooklin!" , interrompendo Jorge Ben em várias ocasiões. Posteriormente Ben batizou o álbum como "O Bidú - Silêncio no Brooklin" (sendo Bidu apelido dado a Ben na época).[5][6][7]
Faixas
[editar | editar código-fonte]Dados retirados do sítio oficial do artista:[2] Todas as canções escritas e compostas por Jorge Ben Jor, exceto onde indicado.
N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |
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1. | "Amor de Carnaval" | 2:23 | ||
2. | "Nascimento de um Príncipe Africano" | 3:55 | ||
3. | "A Jovem Samba" | 1:49 | ||
4. | "Rosa mas que Nada" | 2:31 | ||
5. | "Canção de uma Fã" | 2:11 | ||
6. | "Menina Gata Augusta" | Jorge Ben Jor - Erasmo Carlos | 2:59 | |
7. | "Toda Colorida" | 3:18 | ||
8. | "Olha o Menino" | 2:50 | ||
9. | "Quanto mais te Vejo" | Jorge Ben Jor - Yara Rossi | 1:54 | |
10. | "Vou Andando" | 2:25 | ||
11. | "Sou da Pesada" | 2:03 | ||
12. | "Si Manda" | 2:55 |
Crítica
[editar | editar código-fonte]Em 1966 Jorge Ben rompeu com o movimento Bossa nova e acabou atraído para a Jovem Guarda por intermédio de seu amigo Erasmo Carlos.[8] Sua "adesão" acabou não sendo bem aceita pela crítica sediada no Rio de Janeiro e expoentes do samba.[9]Naquela época Ben e a Jovem Guarda chegaram a anunciar a criação do subgênero "Samba Jovem".[10] Dessa forma, O Bidú: Silêncio no Brooklin foi fortemente criticado no Rio de Janeiro.
Juvenal Portela, do Jornal do Brasil teceu fortes críticas ao álbum, ao artista e ao produtor Roberto Corte Real em um artigo intitutlado "O mal do Jorge Ben".[11]:
"...Em primeiro lugar, dou conta de um som horrível que envolve as 12 faixas. Depois, da péssima seleção musical, onde nada escapa ao medíocre. Contam-se, ainda, os falsos e lamentáveis arranjos, o acompanhamento e a interpretação, tudo em um primarismo impressionante...— Juvenal Portela, Jornal do Brasil, 16 de junho de 1967.
Escrevendo para o Correio da Manhã, Mauro Ivan lamentou o álbum[12]:
"...É triste ouvir-se um LP como este último de Jorge Ben. A música que projetou o rapaz era inspirada, de boa qualidade e principalmente marcada por um ritmo vivo e pessoal. De lá pra cá a qualidade das composições de Ben caiu vertiginosamente...Consegue com suas composições, ficar num limbo entre coisas como iêiêiê, chanchado, bailão e até mesmo samba. É triste essa fase, justamente quando Chove Chuva e Mas que Nada fazem sucesso no exterior"...— Mauro Ivan, Correio da Manhã, 2 de julho de 1967.
Na Tribuna da Imprensa, L.P. Braconnot resumiu o que pensava a crítica carioca[13]:
"... Do primeiro ao último sulco do LP, nada encontramos que valha a pena ser ouvido..."— L.P. Braconnot, Tribuna da Imprensa, 5 de julho de 1967.
Em São Paulo a crítica foi mais favorável ao disco. Em O Estado de S. Paulo, Carlos Vergueiro escreveu[14]:
"... Todas [as canções são] bem modernas, interpretadas com o tom muito pessoal de Jorge Ben."— Carlos Vergueiro, O Estado de S. Paulo, 13 de junho de 1967.
Notas
- ↑ Segundo as normas ortográficas da língua portuguesa, a palavra bidu deve ser grafada sem acento, pois é uma oxítona terminada em u antecedida por consoante.
Referências
- ↑ a b ALEXANDRE, Ricardo. Nem vem que não tem: a vida e o veneno de Wilson Simonal. São Paulo: Globo, 2009. ISBN 978-85-750-4728-1.
- ↑ a b c http://www.jorgeben.com.br
- ↑ Sérgio Martins (22 de maio de 2002). «Alta fidelidade». Revista Veja Edição 1752
- ↑ MEDEIROS, Jotabê (2021). Roberto Carlos: Por isso essa voz tamanha. [S.l.]: Todavia. 493 páginas. ISBN:9786556921235
- ↑ Rodrigo Mattar (17 de julho de 2015). «Discos Eternos:O Bidú - Silêncio no Brooklin». Grande Prêmio. Consultado em 20 de fevereiro de 2022
- ↑ Paulo da Costa e Silva (4 de outubro de 2012). «Imbatível ao extremo». Instituto Moreira Salles. Consultado em 20 de fevereiro de 2022
- ↑ Artistas Unidos (agosto de 1967). «Anúncio de discos». Cinelândia, edição 324, página 43/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 20 de fevereiro de 2022
- ↑ «Jovem Guarda declara guerra à Bossa Nova: O samba que é bom não tem jazz no meio e nasce do povo». Intervalo, Ano IV, edição 165, páginas 3 e 4/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 6 de março de 1966. Consultado em 21 de fevereiro de 2022
- ↑ «Jorge Ben fêz inimigos porque aderiu ao Iêiêiê». Intervalo, Ano IV, edição 167, página 9/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 20 de março de 1966. Consultado em 21 de fevereiro de 2022
- ↑ «Nasce o Samba Jovem». Intervalo, Ano IV, edição 170, página 10/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 10 de abril de 1966. Consultado em 21 de fevereiro de 2022
- ↑ Juvenal Portela (16 de junho de 1967). «O mal do Jorge Ben». Jornal do Brasil, ano LXXVII, edição 60, Caderno B, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 20 de fevereiro de 2022
- ↑ Mauro Ivan (2 de julho de 1967). «Ben, Cats, Cinema, Laurindo e Astrud». Correio da Manhã, ano LXVII, edição 22773, 5º Caderno, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 21 de fevereiro de 2022
- ↑ L.P. Braconnot (5 de julho de 1967). «Discos». Tribuna da Imprensa, ano XVIII, edição 5309, Segundo Caderno, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 21 de fevereiro de 2022
- ↑ Carlos Vergueiro (13 de junho de 1967). «Conjunto francês interpreta Bach». O Estado de S. Paulo, ano 88, edição 28270, página 9. Consultado em 21 de fevereiro de 2022