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Olinto de Oliveira

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Olinto de Oliveira
Olinto de Oliveira
Francis Pelichek: Retrato de Olinto de Oliveira, 1927.
Nascimento 5 de janeiro de 1865
Porto Alegre
Morte 22 de maio de 1956
Rio de Janeiro
Progenitores Mãe: Matilde das Chagas Oliveira
Pai: João Olinto de Oliveira
Ocupação Médico, professor e escritor

Olímpio Olinto de Oliveira (Porto Alegre, 5 de janeiro de 1865Rio de Janeiro, 22 de maio de 1956) foi um médico e escritor brasileiro.

Filho de João Olinto de Oliveira e Matilde das Chagas. Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887.[1] Enquanto estudante estagiou na Policlínica do Rio de Janeiro.[2] Especializado em Pediatria, voltando a Porto Alegre assim que chegou fundou um serviço de assistência médica infantil, por muitos considerado a primeira creche do Brasil.[3] Em 1890 fundou a enfermaria de crianças da Santa Casa de Misericórdia.[2] Em 1892 estava entre os fundadores da Sociedade de Medicina de Porto Alegre, secretariando-a e depois presidindo-a.[3] Colaborou na fundação da Faculdade de Medicina de Porto Alegre e foi seu diretor de 1910 a 1913.[1] Na faculdade lecionou Anatomia, Fisiologia, Anatomia Patológica, Clínica Médica, Ortopedia Pediátrica, Clínica Pediátrica, Química e Biologia.[2] Foi paraninfo da primeira turma de formados.[3] Fundou o Instituto Pasteur junto à faculdade para tratamento preventivo da raiva, e o Instituto Oswaldo Cruz, sendo seu primeiro diretor.[2]

Sempre interessado pela cultura, foi um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Rio-Grandense de Letras, colaborou com artigos no Correio do Povo, atuou como musicista e crítico de arte, foi um dos fundadores do Club Haydn em 1897 e também do Instituto de Belas Artes em 1908, do qual foi o primeiro diretor.[1] Foi o idealizador da primeira galeria de arte da cidade, montada em uma dependência do bazar Ao Preço Fixo.[4] Segundo Athos Damasceno, "se na qualidade de médico e homem de ciência prestou ao Rio Grande do Sul assinalados serviços, como cultor e amante das belas artes seria um animador incansável da música e das artes plásticas locais, concorrendo fortemente com seus dons naturais e sua informação eclética para a valoração crescente da nossa cultura artística".[1]

A partir de 1918 passou a viver no Rio de Janeiro. Ao despedir-se de Porto Alegre recebeu da Faculdade de Medicina o título de Professor Honorário.[3] No Rio continuou exercendo a profissão de médico no Hospital Artur Bernardes, onde participou da criação da Sociedade Brasileira de Pediatria.[1] Na década de 1920, junto com Américo Augusto, fundou o periódico Arquivos de Pediatria, em 1925 obteve o titulo de Livre Docente em Fisiologia, e em 1928 foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, quando reformou seus estatutos e deu impulso ao periódico oficial Jornal de Pediatria. Reeleito presidente 1929 e 1932.[2] Durante o governo Vargas, além de trabalhar na Inspetoria de Higiene Infantil do Departamento de Saúde Pública, foi nomeado chefe da Diretoria de Proteção à Maternidade e à Infância. Em 1933 convocou e presidiu a Conferência Nacional de Proteção e Assistência à Infância.[1] Em 1940 criou o Departamento Nacional da Criança, que veio a presidir, estabelecendo seccionais em vários estados. Organizou os Cursos de Puericultura e Administração, destinados à formação de puericultores nos serviços regionais, época em que reestruturou o Hospital Artur Bernardes.[2]

Deixou mais de cem artigos sobre Pediatria, Higiene e Assistência à Infância em periódicos brasileiros, franceses e italianos. Foi Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina, da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade de Pediatria de Paris. Em 1953 seu nome foi inscrito no Livro de Mérito dos Grandes Vultos Nacionais.[2] Na ocasião Gastão de Figueiredo disse que "o professor Olinto de Oliveira foi eminente brasileiro, que enobreceu a sua Pátria e engrandeceu a nacionalidade, oferecendo o melhor dos seus esforços em prol da infância brasileira". Em 1956, Martinho da Rocha disse que "Olinto de Oliveria foi, indiscutivelmente, grande entre os maiores vultos da galeria pediátrica nacional".[3] É patrono da Cadeira 4 do Conselho Acadêmico da Sociedade Brasileira de Pediatria,[5] patrono da Cadeira 54 da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina,[3] e patrono da Cadeira 45 da Academia Nacional de Medicina.[6]

Foi casado com Maria Emília Pereira, com quem teve os filhos Ester, Carlos, Silvio, Jorge, Paulo, Mário e Décio.[3]

Referências

  1. a b c d e f Franco, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. EDUFRGS, 2006, 4ª ed., pp. 287-288
  2. a b c d e f g "Olympio Olinto de Oliveira (1866-1956)". Sociedade Brasileira de Pediatria
  3. a b c d e f g "Olympio Olinto de Oliveira". Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina
  4. Damasceno, Athos. Artes Plásticas no Rio Grande do Sul'. Editora Globo, 1970, pp. 246-247
  5. "Olympio Olinto de Oliveira (1928/29 e 1932): patriarca da família pediátrica brasileira". Sociedade Brasileira de Pediatria
  6. "Olympio Olinto de Oliveira". Academia Nacional de Medicina