Spiculogloeomycetes
Spiculogloeales Spiculogloeaceae Spiculogloeomycetes | |||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||
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Géneros | |||||||||||||
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Spiculogloeomycetes é uma classe monotípica de fungos pertencentes à subdivisão Pucciniomycotina dos Basidiomycota,[2] cuja única ordem, as Spiculogloeales,[3] também é um táxon monotípico, tendo como única família as Spiculogloeaceae Denchev, 2009,[4] que agrupa dois géneros (Phyllozyma com 9 espécies e Spiculogloea com 5 espécies). Os fungos desta classe são fungos dimórficos de hábitos terrestres, parasitas de plantas e outros fungos.[5]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Os membros da ordem Spiculogloeales são fungos parasitários ou saprotróficos que processam matéria orgânica em decomposição, geralmente resíduos vegetais. Caracterizam-se pela estrutura espinulosa (com a superfície recoberta por pequenos espinhos) a granulosa (superfície coberta de grânulos), morfologia auricularioide, com basídios mais ou menos cilíndricos com parede lateral septada.[6] O agrupamento também inclui alguns tipos de fungos gelatinosos.[7]
São fungos dimórficos com um estadio do tipo levedura em que o teleomorfo é tradicionalmente colocado no género Spiculugloea, acreditando-se que o anamorfo seja Sporobolomyces, (como Sporobolomyces subbrunneus, Sporobolomyces coprosimicola e Sporobolomyces linderae).[3][8][9]
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]O género Spiculogloea foi originalmente colocado provisoriamente dentro da classe Platygloeales dos Heterobasidiomycetes (antigas ordem e classe que agora são consideradas obsoletas).[10]
Estudos moleculares posteriores publicados em 2004 com base nos dados de sequências SSU e LSU indicam que um clado Spiculogloea sp. ainda sem nome se agrupa com um clado igualmente sem nome Mycogloea sp., formando um clado bem suportado,[11] que mais tarde passou a ser referido como a nova ordem Spiculogloeales (Bauer et al. 2006).[3]
Em conjunto com Agaricostilbales, a ordem Spiculogloeales passou a constituir a classe Agaricostilbomycetes.[12][13][14] Estudos publicados em 2006 confirmaram essas relações filogenéticas e permitiram a adição de algumas espécies anamórficas de Sporobolomyces às espécies já confirmadas em Spiculogloeales.[8] Um estudo molecular recente baseado em sete genes (Wang et al. 2015a) indicou que a posição sistemática dos Spiculogloeales era variada, daí resultando a criação de uma classe Spiculogloeomycetes para acomodar a ordem Spiculogloeales.[1]
A ordem Spiculogloeales inicialmente continha o género Mycogloea, entretanto transferido para a ordem Agaricostilbales.[15]
O DNA desta classe foi analisado em 2020.[16]
Ecologia
[editar | editar código-fonte]Algumas espécies de Spiculogloea são conhecidos micoparasitas,[17] parasitando outros fungos. A espécie Spiculogloea minuta é conhecida como parasita dos basidiocarpos de Mycostilla vermiformis e de várias espécies do género Tulasnella na Noruega.[18]
Distribuição
[editar | editar código-fonte]A ordem Spiculogloeales tem uma distribuição cosmopolita em todo o mundo, incluindo vários mares e oceanos,[19] incluindo regiões como a Noruega,[18] Japão,[20] e Colômbia (América do SUl).[21]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b Wang, Q.-M.; Yurkov, A.M.; Göker, M.; Lumbsch, H.T.; Leavitt, S.D.; Groenewald, M.; Theelen, B.; Liu, X.Z.; Boekhout, T.; Bai, F.Y. (2015). «Phylogenetic classification of yeasts and related taxa within Pucciniomycotina.». Studies in Mycology. 81: 149–189. PMID 26951631. doi:10.1016/j.simyco.2015.12.002
- ↑ Natuschka M. Lee (Editor) Biotechnological Applications of Extremophilic Microorganisms (2020), p. 430, no Google Livros
- ↑ a b c Bauer, R.; Begerow, D.; Sampaio, J.P.; Weiss, M.; Oberwinkler, F. (2006). «The simple-septate basidiomycetes: a synopsis.». Mycological Progress. 5 (1): 41–66. doi:10.1007/s11557-006-0502-0
- ↑ Denchev, C.M. (2009). «Validation of three names of families in the Pucciniomycotina.». Mycologia Balcanica. 6 ((1-2)): 87–88
- ↑ Spiculogloeomycetes NCBI
- ↑ Schoutteten, Nathan; Roberts, Peter; Van De Put, Karel; Verbeken, Mieke (Setembro 2018). «New Species in Helicogloea and Spiculogloea, Including a Type Study of H. graminicola (Bres.) G.E. Baker (Basidiomycota, Pucciniomycotina)». Cryptogamie Mycologie. 39 (3): 311–323. doi:10.7872/crym/v39.iss3.2018.311
- ↑ Grossart, H.P.; Van den Wyngaert, S.; Kagami, M.; Wurzbacher, C.; Cunliffe, M.; Rojas-Jimenez, K. (2019). «Fungi in aquatic ecosystems.». Nat. Rev. Microbiol. 17 (6): 339–354. PMID 30872817. doi:10.1038/s41579-019-0175-8
- ↑ a b Aime, M.C.; Matheny, P.B.; Henk, D.A.; Frieders, E.M.; Nilsson, R.H.; Piepenbring, M.; McLaughlin, D.J.; Szabo, L.J.; Begerow, D.; Sampaio, J.P.; Bauer, R.; Weiss, M.; Oberwinkler, F.; Hibbett, D. (2006). «An overview of the higher level classification of Pucciniomycotina based on combined analyses of nuclear large and small subunit rDNA sequences.». Mycologia. 98 (6): 896–905. PMID 17486966. doi:10.1080/15572536.2006.11832619. hdl:10362/3249
- ↑ C.P. Kurtzman, J.W. Fell and Teun Boekhout (Editors) The Yeasts: A Taxonomic Study (2011), p. 1346, no Google Livros
- ↑ Roberts, P. (1996). «Heterobasidiomycetes from Majorca & Cabrera (Balearic Islands).». Mycotaxon. 60: 111–123
- ↑ Weiss, M.; Bauer, R.; Begerow, D. (2004). «Spotlights on heterobasidiomycetes.». In: Agerer, R.; Piepenbring, M.; Blanz, P. Frontiers in basidiomycote mycology. Eching, IHW-Verlag: [s.n.] pp. 7–48
- ↑ Geoffrey Clough Ainsworth Ainsworth & Bisby's Dictionary of the Fungi (2008), p. 13, no Google Livros
- ↑ Michael Allaby (Editor) A Dictionary of Plant Sciences (2012), p. 556, no Google Livros
- ↑ Christopher C. Kibbler, Richard Barton, Neil A. R. Gow, Susan Howell, Donna M. MacCallum, Rohini J. Manuel (Editors) Oxford Textbook of Medical Mycology (2017), p. 12, no Google Livros
- ↑ Pietro Buzzini, Marc-André Lachance and Andrey Yurkov (Editors) Yeasts in Natural Ecosystems: Ecology (2017), p. 11, no Google Livros
- ↑ Tedersoo, Leho; Anslan, Sten; Bahram, Mohammad; Kõljalg, Urmas; Abarenkov, Kessy (2020). «Identifying the 'unidentified' fungi: a global-scale long-read third-generation sequencing approach». Fungal Diversity. 103: 273–293. doi:10.1007/s13225-020-00456-4
- ↑ David J. McLaughlin and Joseph W. Spatafora (Editors) Systematics and Evolution: Part A (2014), p. 284, no Google Livros
- ↑ a b Spirin, Viacheslav; Malysheva, Vera; Haelewaters, Danny; Larsson, Karl-Henrik (1 janeiro 2018). «Studies in the Stypella vermiformis group (Auriculariales, Basidiomycota)». Springer Science and Business Media LLC. Antonie van Leeuwenhoek. 112 (5): 753–764. PMID 30535961. doi:10.1007/s10482-018-01209-9
- ↑ «Spiculogloeales». www.gbif.org (em inglês). Consultado em 25 março 2023
- ↑ National Astronomical Observatory Of Japan Handbook Of Scientific Tables (2022), p. 788, no Google Livros
- ↑ Cepero De García and María Caridad (University of Los Andes (Colombia)) Biología de hongos (2012), p. 251, no Google Livros
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- McGraw-Hill, McGraw-Hill Yearbook of Science and Technology, 2010