Velas de Sabá
Velas de Sabá (em hebraico: נרות שבת) são as velas acesas no início da noite de sexta-feira, antes do crepúsculo, para conduzir ao Sabá judaico.[1] Acender as velas de Sabá é uma lei determinada pela tradição rabínica.[2] O ato de acender as velas é tradicionalmente feito pela mulher do domicílio, mas na ausência de uma mulher, pode ser feito por um homem. Com as velas acesas, a mulher move as mãos sobre as velas e em direção a si própria (como se trazendo ou conduzindo o Sabá); ela então cobre os olhos e recita uma bênção.[3]
História
[editar | editar código-fonte]O primeiro registro do texto completo da bênção vem do Siddur de Rav Amram, escrito por Amram Gaon no século IX. Ele cita fontes talmúdicas que decretavam a obrigatoriedade da prática da bênção.
Em função da escassez de fontes antigas, com exceção do já citado Siddur de Rav Amram, argumenta-se que, na Europa, as mulheres judias acendiam as velas de Sabá sem a bênção até o século XI. Por volta dessa época, diz-se que teria sido introduzida a prática da bênção as velas de Sabá com base na bênção que se faz sobre o Chanukiá menorá, que é muitos séculos mais antiga. Esta bênção é idêntica à encontrada no Siddur de Rav Amram. A neta de Rashi, Hannah, descreve sua mãe acendendo velas e recitando a bênção.[4] Desta forma, a exigência de acender as velas de Sabá tem origem rabínica.[5][6] A tradição é a de acender duas velas, mas em certos lares, uma vela adicional é acessa para cada criança. O ato de acender as velas de Sabá tem dois propósitos: o de "honrar o Sabá" (כבוד שבת) e criar shalom bayit, isto é, a paz doméstica (שלום בית).
Em Yiddish, o ato de acender as velas é denominado licht bentschen ("recitação da luz") ou licht tsinden ("acender a luz").
Bênçãos
[editar | editar código-fonte]- "ברוך אתה ה״ אלוהינו מלך העולם אשר קדשנו במצותיו וצונו להדליק נר של שבת"
- Barukh ata Adonai Eloheinu Melekh ha‑olam, asher kid'shanu b'mitzvotav v'tzivanu l'hadlik ner shel Shabbat.
- "Bem-aventurado és Tu, SENHOR, nosso Deus, Rei do universo, que nos santificou com os Seus mandamentos e nos determinou acender a(s) vela(s) no Sabá."
Variantes
[editar | editar código-fonte]As famílias que seguem a tradição de Chabad Lubavitch, um das ramificações do hassidismo, acrescentam a palavra "kodesh" ("sagrado") ao final da bênção, com a forma: "... a vela do sagrado Sabá," (ner shel Shabbas kodesh).
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Uma mulher recitando a bênção sobre as velas de Sabá enquanto cobre os olhos
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Pedaço de cerâmica de uma base para uma lâmpada a óleo de Sabá com a inscrição שבת ("Shabbat") na escrita aramaica, por volta do século IV, retirada das escavações em Uza[7][8]
Referências
- ↑ Shabbat Candles, Feminine Light
- ↑ Shulchan Aruch, Orach Chayim 263:2
- ↑ [1]Jewish Virtual Library, Shabbat
- ↑ When Chanukah Falls on the Sabbath Jews Double the Light Arquivado em 2013-11-12 na Archive.today
- ↑ Maimonides Hilchot Shabbat 5:1
- ↑ Meiri, Talmud Shabbat 25b
- ↑ Westenholz, Joan Goodnick (2004). Let There Be Light: Oil Lamps from the Holy Land (PDF). [S.l.: s.n.] ISBN 9789657027141
- ↑ «Archaeological Find Shines Light on Shabbat Innovation»
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- .M. Lewin, The History of the Sabbath Candles, in Essays and Studies in Memory of Linda A. Miller, I. Davidson (ed), New York, 1938, pp.55-68.
- .M. Lewin, The History of the Sabbath Candles, in Essays and Studies in Memory of Linda A. Miller, I. Davidson (ed), New York, 1938, pp.55-68.