Melancia
Melancia | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. & Nakai | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Melancia (Citrullus lanatus) é uma planta da família Cucurbitaceae e também o nome do seu fruto. Trata-se de uma trepadeira rastejante originária da África.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O substantivo português moderno «melancia» proveio do substantivo português arcaico «balancia» (também grafado «belancia», «melanciga» e «melangiga»),[1] tendo derivado para a sua grafia moderna por influência comparativa com o substantivo «melão». [2]
Por seu turno, estes dois étimos do português antigo, apesar de já se encontrarem documentados desde do século XVI, têm uma origem árabe um tanto incerta.[2] Sendo certo que há autores que defendem que os substantivos «balancia» e «belancia» possam ser derivados do gentílico do dialeto hispano-árabe falado na época na Andaluzia, balansiyyah, que significa «valenciana; provinda da cidade de Valencia», não há qualquer registo histórico concreto que ateste tal proveniência, real ou apócrifa, do fruto.[1]
Em contraste, o arabista Frederico Corriente, na sua obra «Diccionario de Arabismos y Voces Afines en Iberorromance» sustenta, em vez, que o étimo da palavra «balancia», provavelmente, se tratará de uma corruptela do árabe clássico imlīsī, que significa «de pele lisa», o qual é um termo botânico e hortícola muito comummente usado.[1]
Origem
[editar | editar código-fonte]Originária das regiões secas, tem um centro de diversificação secundário no sul da Ásia. A domesticação ocorreu na África Central, onde a melancia é cultivada há mais de 5 000 anos. No Egito e no oriente médio é cultivada há mais de 4 000 anos.[3] Na China, a cultura foi introduzida por volta do século X; na Europa, por volta do século XIII; e na América, no século XVI.[4] Foi trazida para o Brasil por negros de origem Banto e Sudanesa no processo de escravidão.[5]
Características
[editar | editar código-fonte]A planta é rasteira e anual com folhas triangulares e trilobuladas e flores pequenas e amareladas, gerando um fruto arredondado ou alongado, de polpa vermelha, suculenta e doce, com alto teor de água (cerca de 92%) e diâmetro variável entre 25 e 140 cm. A casca é verde e lustrosa, apresentando estrias escuras.
O número do cromossomo é 2n = 22.[6]
A maioria das variedades tem polpa vermelha, mas há também variedades verdes, laranjas, amarelas e brancas e espécies terrestres. As sementes variam em cor (preto, castanho, vermelho, verde, branco), forma e tamanho; as características podem ser usadas para identificar as variedades.
Valor nutricional
[editar | editar código-fonte]A composição das melancias varia naturalmente, dependendo tanto da variedade e das condições ambientais (solo, clima) como da técnica de cultivo (fertilização, pesticida).
Dados por porção comestível de 100 g:[7]
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O valor energético é de 152 kJ (=36 kcal) por 100 g de porção comestível.
Produção mundial
[editar | editar código-fonte]País | Produção em 2018 (toneladas anuais) |
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China | 62 803 768 |
Irão | 4 113 711 |
Turquia | 4 031 174 |
Índia | 2 520 000 |
Brasil | 2 240 796 |
Argentina | 2 095 757 |
Rússia | 1 969 954 |
Uzbequistão | 1 836 959 |
Estados Unidos | 1 771 051 |
Egito | 1 483 255 |
México | 1 472 459 |
Cazaquistão | 1 248 613 |
Vietname | 1 200 104 |
Espanha | 1 092 401 |
Fonte: Food and Agriculture Organization[8] |
Produção no Brasil
[editar | editar código-fonte]Em 2018, o Brasil produziu 2,2 milhões de toneladas de melancia, sendo o 5º maior produtor do mundo.[9] O estado que mais produz é o Rio Grande do Sul (283 mil toneladas), onde o município de Cacequi é conhecido como Capital da Melancia. A maior região produtora de melancia é o Nordeste, que somou 545 mil toneladas em 2016, onde os principais produtores são Bahia e Rio Grande do Norte. O Sul aparece na segunda colocação, com 458 mil toneladas. A Região Norte é a 3ª maior produtora, com 426 mil toneladas, seguida de Centro-oeste e Sudeste, que, juntos produzem 660 mil toneladas. Em 2017, o país exportou quase 74 mil toneladas, no valor de US$ 36 milhões, principalmente para a União Europeia.[10]
Alergia
[editar | editar código-fonte]Por conter o aminoácido citrulina, deve ser evitado por pessoas que apresentam alergia a esse aminoácido. Também podem ocorrer uma série de problemas gástricos e diuréticos causando a hipertensão aguda, chamada fase de feijão.
Galeria
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c «A etimologia de melancia - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 6 de novembro de 2024
- ↑ a b S.A, Infopédia- Dicionário da Língua Portuguesa. «melancia». Infopédia Dicionário da Língua Portuguesa. Consultado em 14 de agosto de 2023
- ↑ Ancient Egyptians feasted on watermelons, too, according to find in ancient tomb por Elizabeth Pennisi (2019)
- ↑ dalmeida.com - Melancia - pdf
- ↑ «Obtido em 19 de Agosto de 2009» 🔗. fesbe.org.br. Consultado em 5 de maio de 2019. Arquivado do original em 25 de outubro de 2007
- ↑ Lewis, Walter H.; Suda, Yutaka; MacBryde, Bruce (1967). «Chromosome Numbers of Claytonia virginica in the St. Louis, Missouri Area». Annals of the Missouri Botanical Garden. 54 (2). 147 páginas. ISSN 0026-6493. doi:10.2307/2395000
- ↑ Fachmann, W.; Kraut, H.; Senser, Friedrich.; Souci, S. W. (2009). Lebensmitteltabelle für die Praxis : der kleine Souci-Fachmann-Kraut 4. Aufl ed. Stuttgart: Wiss. Verl.-Ges. ISBN 978-3-8047-2541-6. OCLC 551921971
- ↑ fao.org (FAOSTAT). «Watermelon production in 2018, Crops/World regions/Production quantity (from pick lists)». Consultado em 29 de agosto de 2020
- ↑ «Agricultura do Brasil em 2019, pela FAO». FAO. Consultado em 1 de março de 2021
- ↑ Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018, página 75