Língua neomandeia
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Neomandeu | ||
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Outros nomes: | mandāyí • raṭnā • mændɔːˈji • [rætˤnɔ | |
Falado(a) em: | Irã, Iraque (extinta) | |
Total de falantes: | poucas centenas[1][2] | |
Família: | Afro-asiática Semítica Semítica central Aramaica Aramaica oriental Mandeia Neomandeu | |
Escrita: | mandeia | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | --
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ISO 639-2: | --- | |
ISO 639-3: | mid
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O neomandeu, mandaico ou ratna (em árabe: رطنة; romaniz.: raṭnah; em persa: مندائی نو; romaniz.: mandā'i-ye now) é a forma moderna da língua mandeia clássica, a língua litúrgica do mandeísmo, comunidade religiosa do Irã e do Iraque. Embora severamente ameaçada de extinção, a língua sobrevive como primeira língua de alguns (300 a 500 pessoas) mandeístas no Irã e na diáspora mandeia. Todos os falantes do neomandeu são bilingues ou mesmo trilingues em árabe ou farsi e a influência dessas duas línguas sobre a gramática neomandeia é significativa, principalmente nos aspectos léxico e da morfologia dos substantivos. No entanto, o neomandaico é mais conservador nesses aspectos do que outros dialetos da língua aramaica.
Como única sobrevivente conhecida e atual da língua aramaica literária, ratna tem uma das mais longas histórias contínuas de documentos atestados aramaicos, sendo, portanto de grande interesse para os especialistas do aramaico.
Escrita
[editar | editar código-fonte]A língua neomandeia em geral não é escrita. Nas raras ocasiões em que aparece escrita, em cartas pessoais e nos cólofons que estão junto a manuscritos, é apresentada usando uma versão modificada da escrita clássica (Abaga ou Abagada), que se desenvolve da direita para a esquerda e se assemelha ao alfabeto árabe. Com exceção da vogal /ə/, todas demais vogais são representadas sem indicação de sua extensão ou qualidade fonética.[3] Assim, a letra ʕ consistentemente representa uma vogal epentética, seja /ə/ ou /ɛ/. A letra árabe ع foi tomada para indicar uma fricativa faringeal sonora bem como uma oclusiva glotal. As letras b, g, k, p, t podem representar as oclusivas (/b/, /ɡ/, /k/, /p/, e /t/) ou as fricativas (/v/, /ʁ/, /χ/, /f/, e /θ/). Antigamente, as fricatrivas não eram segmentos separados mas meros alofones das oclusivas depois de vogais e a regra fonética que regia isso está extinta.
A ortografia neomandeia difere daquela da Mandéia clássica pelo uso do u para representar /w/ mesmo quando é reflexo do b da Mandeia Clássica. Como a neomandeia contém muitos fonemas não presentes na forma clássica, algumas letras da escrita clássica foram modificadas com pontos sob as mesmas para indicar tais novos fonemas: š pode representar /tʃ/, /ʒ/, ou /dʒ/, d representa /ðˤ/, h representa /ħ/. As escolas privativas do Mandáico no Irã e na Austrália usam uma versão dessa mesma escrita com algumas modificações pedagógicas mais recentes.[4]
Fonologia
[editar | editar código-fonte]São 35 os segmentos fonéticos neomandaicos: 28 consoantes e sete vogais. Para a maioria desses sons há um relativo grau de variações alofônicas. O sistema de transcrição é fonêmico, não refletindo as assimilações esporádicas, elisões nem outras características da conversação coloquial.
Consoantes
[editar | editar código-fonte]A língua neomandeia apresenta 28 segmentos consonantais diferentes incluindo quatro fonemas oriundos de outras línguas: as Post-alveolares africadas č /tʃ/ e j /dʒ/ e as Faringeais fricativas ʿ /ʕ/ e ḥ /ħ/, encotradas em vocabulário de origem Árabe ou Persa. Duas consoantes faringealizadas (uma oclusiva alveolar sonora ḍ /ðˤ/ e uma fricativa alveolar sonora ẓ /zˤ/) são encontradas em poucas palavras de origem Árabe. Essasforam excluídas do inventário de consoantes neomandaicas por seu status marginal. As fricativas /f/, /v/, /χ/ e /ʁ/ são assinaladas como f, v, x, e ġ quando aparecem em palavras de origem estrangeira em lugar de p, ḇ, ḵ e ḡ, devido a sua distribuição diversas nessas palavras.
Plosivas e africadas: | ||||||||||
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Bilabial | Labiodental | Interdental | Alveolar | Postalveolar | Palatal | Velar | Uvular | Faringeal | Glotal | |
Surda | p | t | tʃ (č) | k | q | |||||
Sonora | b | d | dʒ (j) | ɡ | ||||||
Enfática | tˤ | |||||||||
Fricativa: | ||||||||||
Bilabial | Labiodental | Interdental | Alveolar | Postalveolar | Palatal | Velar | Uvular | Faringeal | Glotal | |
Surda | f (p / f) | θ (ṯ) | s | ʃ (š) | χ (ḵ / x) | ħ (ḥ) | h | |||
Sonora | v (ḇ) | z | ʁ (ḡ / ġ) | ʕ (ʿ) | ||||||
Enfática | sˤ (ṣ) | |||||||||
Sonorantes: | ||||||||||
Bilabial | Labiodental | Interdental | Alveolar | Postalveolar | Palatal | Velar | Uvular | Faringeal | Glotal | |
Nasal oclusiva | m | n | ||||||||
Lateral | l | |||||||||
Apical | r | |||||||||
Aproximante | w | j (y) |
Referências
- ↑ Häberl 2009, p. 8.
- ↑ Mutzafi 2014, p. 3.
- ↑ «Escrita Mandéia em Omniglot.com». www.omniglot.com
- ↑ Choheili, S. (2004). S. Abouzayd, ed. «Contribuição sem título». Leuven: Peeters. ARAM Periodical. 16: 310-14. ISSN 0959-4213. doi:10.2143/ARAM.16.0.504686, editado por S. Abouzayd
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Häberl, Charles G. (2009). The Neo-Mandaic Dialect of Khorramshahr. Col: Semitica Viva Series, 45 (em inglês). Wiesbaden: Otto Harrassowitz Verlag. 378 páginas. ISBN 9783447058742. ISSN 0931-2811. Consultado em 12 de outubro de 2015
- Mutzafi, Hezy (2014). Comparative Lexical Studies in Neo-Mandaic. Col: Studies in Semitic Languages and Linguistics, 73 (em inglês). Leiden - Boston: Brill. 244 páginas. ISBN 9789004257047. Consultado em 12 de outubro de 2015
Ligações externas
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